O adjetivo "Gamer" e a esculhambação do mercado

Quando um LED vale mais que mil palavras


Foto meramente ilustrativa e epiléptica. Reprodução/Google
 Em todos esses anos nessa industria vital é a primeira vez que vejo o mercado sendo saturado com um marasmo irritante de tranqueiras que dizem ser "gamer", o que raio de adjetivo é "gamer"? Me digam quando foi que um computador virou um console pisca-pisca? A alguns anos vem se dizendo que se aproxima do fim a era dos PC's, sinceramente, eu não acredito nisso, mas se ela chegar agora, será da forma mais ridícula, quando, para muitos, Personal Computer virou sinônimo de brinquedo pra rodar joguinhos, não há nenhuma glória nisso, mas o problema é bem maior do que aparenta, e ele começa pelas marcas.
 A marca é guiada por uma simples demanda de mercado seja qual for a sua área de atuação, não seria portanto, diferente nesse caso, a marca á o que o consumidor pede, ora, se o consumidor quer design e não qualidade, por que não dar a ele? É nesse ponto que começam os problemas, afinal, de dois, talvez três anos pra cá, o consumidor ativou o f%d*-se pra qualidade contanto que o produto seja viscoso aos olhos "gamers" dele, e veja bem, eu não estou dizendo aqui que você não pode ou está errado em ter uma máquina que considere bonita, não estou dizendo aqui que não tem o direito de escolher visual ao invés de qualidade, entretanto, você também não pode negar que, fazendo isso, como muitos e muitos outros (temo que a maioria) colaborem para a plena avacalhação de um mercado.
 Como já disse há um tempo, é um direito seu continuar plenamente ignorante quanto a tecnologia que o cerca desde que esta rode o seu joguinho, de fato, é um direito que lhe assiste continuar burro, afinal, a informação está aí para ser lida, não lê quem não quer, o problema é quando você começa a espalhar essa palavra idiota pelo mundo como se computadores fossem feitos única e exclusivamente para a diversão de garotos (e garotas) mongoloides que passam o dia todo jogando, isso você não pode, espalhar ignorância ante um tema que é amplo, que muda diariamente e evolui constantemente.
 Aí que mora o problema do termo "gamer", ele breca uma evolução que antes era um colírio aos olhos e que, agora, apenas lança uma infinidade de mais do mesmo, "ah mas os processadores evoluíram"(chico-gamer, sobre os últimos lançamentos), de fato, eles evoluíram de maneira bastante satisfatória, é inegável que isso tenha ocorrido, mas, como ele vem sendo usado, comparado e testado? 

Exemplo de áudio "gamer", usando Codec convencional e amplificador meia bola, o maior recuro do kit é o led.
 E não me entenda mal, eu sei que algumas pessoas levam extremamente a sério os games, isso é, de fato, e por mais que muitos odeiem, um esporte, sim! Mas a informática não pode resumir-se a jogos, não pode entrar em um jogo de marketing onde até "0Db Gamer" se tornou aceitável, como se aquela tecnologia só tivesse sido criada para satisfazer a vontade de jogadores por aí. O marketing gera também propagandas que só não são mentirosas no papel, como em alguns dos últimos laçamentos onde o áudio onboard de algumas placas mãe vem sendo comparado a estúdios, uma prática risível que se tornou comum.
 Não se aplica apenas as peças internas de um computador, alguns amigos, estes, grandes especialistas em periféricos ficam visivelmente indignados quando a alcunha "gamer" é posta em prática em periféricos, estes que, infelizmente, na maioria das vezes, substituíram em muito a qualidade em detrimento de um visual mais chamativo. Nessa área em especifico ficaram conhecidos periféricos com a função de LED's "RGB" com milhões de cores, recentemente essa prática chegou as placas-mãe, estas que são lançadas com reguladores de tensão tão ruins que doem de olhar, o chipset mais básico da geração e uma construção mal acabada que dá dó, porém, estas vem com um visual apelativo e brilhante, chegam a custar o mesmo de uma topo de linha sem tais "baianagens"  são vendidas como água. A troca de qualidade por visual está acontecendo, e antes que o mercado fique inundado de lixo eletrônico, o consumidor deve aprender a diferenciar o marketing da realidade. 

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